Sai o Creator CEO e entra o Creator Studio
O que o novo perfil de criador diz sobre a futuro da creator economy
Criador: Oksana Nazarova | Crédito: Vecteezy
A evolução dos papeis dos criadores na indústria criativa se movimentou rápido e talvez com menos tempo suficiente para que cada um deles pudesse ter bases melhor estabelecidas. Fato é que, desde os blogueiros a cadeira criativa ocupada pelo criador vem se transformando como muito mais interferência externa do que interna. Resultado? Criadores mutantes e que jogam o jogo dos algoritmos no melhor (pior?) estilo, camarão que dorme a onda leva.
O maior problema de assumir que “é assim mesmo e não tem o que fazer” é aceitar que a dinâmica do próprio trabalho do criador seja dominada pelos narrativas e empresas que jogam a régua para baixo, e tentarão a todo custo marginalizar o esforço e, claro, o investimento financeiro.
Ser um empreendedor nessas circunstâncias é ainda mais complexo, porque coloca na mesa de decisão do criador, dinâmicas corporativas que ele não aprendeu - ou que não são a praia dele. Se entender como empreendedor e liderança de um negócio é um divisor de água, mas entender que isso também não é pra você, pode ser libertador e motor de crescimento para o próprio negócio.
O que tenho visto nos bastidores é que muitos criadores assumiram o papel de CEO sem sequer saber o que isso significa. E sem rodeios: sem aptidão para essa função que exige bem mais de contornos políticos e administrativos do que de fato, criatividade.
Ana Paula Passarelli, co-fundadora da Brunch
Por isso, para além de falar do Creator CEO - aquele que assume a gestão do próprio negócio, estrutura processos, cuida das finanças e negocia como uma empresa - 2025 já mostra um próximo estágio, mais maduro, consciente e complexo para a nova geração de criadores: Sai o Creator CEO e entra o Creator Studio.
O que muda?
Não estamos falando apenas de “ter um estúdio”. Aliás a palavra “studio” aqui carrega toda a capacidade criativa que um criador pode entregar - quando se concentra no que sabe fazer de melhor.
Depois de tentar pendurar um crachá político CEO de MEI , que muitos já entenderam que não vai rolar, há uma retomada dos criadores para a criação, assumindo novamente a liderança criativa dos seus negócios e contratando profissionais que as cadeiras estratégicas da operação da empresa.
Veja, esse criador entende de gestão, mas também entende que quando direciona suas competências para a criatividade, seu talento e expertise geram mais retorno financeiro para os negócios.
A Fast Company publicou um artigo mostrando porque os creators mais inteligentes estão movendo seus negócios para o formato de Studio, já conectando com uma fase mais avançada ainda que é a de criadores assinando formatos para TV, streamings e cinema.
“Se os últimos 10 anos foram sobre criadores construindo públicos, os próximos 10 serão sobre eles construindo infraestrutura. Estamos entrando na era do estúdio liderado por criadores. Isso já está acontecendo. Os criadores estão se transformando em empresas de entretenimento multidimensionais. Eles não estão apenas construindo pipelines de conteúdo; eles estão construindo mundos, estruturando equipes, desenvolvendo propriedade intelectual, lançando produtos e organizando e hospedando experiências na vida real. Eles estão entrelaçando conteúdo, comunidade e comércio em algo maior, com a mentalidade dos fundadores e a ambição dos executivos dos estúdios”, disse Neil Waller, cofounder do Whalar Group no artigo.
Saímos do “Eu crio conteúdo” para “Eu monto a programação”. Do “Eu faço publi de marca” para “Eu sou dono dos formatos”. E mais importante: estamos saindo do “Eu sou a marca” para alcançar o patamar de “Eu construo marcas”.
O Brasil tem excelentes cases de sucesso para se inspirar: Podpah, CazéTV e Jovem Nerd para começar. E essa mudança, segundo Neil Waller, cofounder do Whalar Group, tem como motor de ignição a confiança.
“Estamos em uma era em que a consistência é a moeda corrente. As pessoas querem formatos aos quais possam retornar. Querem criadores em quem possam confiar. Querem julgamento editorial, presença recorrente e ritmos reconhecíveis.”
Neil Waller, cofounder do Whalar Group.
Mas o que Podpah, CazéTV e Jovem Nerd têm em comum?
Podpah nasceu como um podcast de entrevistas e virou um hub de mídia multiplataforma. Hoje produz conteúdo original, vende formatos proprietários para marcas, organiza eventos e se posiciona como referência cultural. Victor Assis, o CEO do Podpah, subiu no palco do Influent Summit para falar de negócios e do estúdio que estão abrindo aqui na Vila Leopoldina e mostrou que o modelo de negócio é o formato do futuro.
Já a CazéTV começou como você sabe, com transmissões esportivas gente como a gente, mas já assumiu a posição de emissora digital da nova geração. Estruturou equipe de produção, operação comercial e tecnologia para distribuir conteúdo ao vivo em escala. A Copa do Mundo foi só o início: agora tem grade, comunidade fiel e poder de negociação com marcas e patrocinadores.
E o nosso saudoso Jovem Nerd? Pioneiro do entretenimento geek no Brasil, soube transformar comunidade em negócio desde os primórdios digitais. Além de podcast e canais, criou eventos, produtos licenciados e até foi adquirido por um grupo maior (Magalu), mostrando que IP (propriedade intelectual) bem construída tem valor estratégico no mercado. Ah, menção honrosa para o Jovem Nerd que trouxe o primeiro leão de ouro no Cannes Lions para a Creator Economy brasileira, esse ano, assinando o roteiro de um filme publicitário.
Como eu posso fazer essa virada para o meu negócio?
Se você já voltou seu olhar para a criatividade e aquilo que você é realmente bom em fazer, já tem 50% do que precisa, mas para te ajudar a virar a chave, aqui a gente apresenta o Framework Creator S/A, nossa metodologia de transformação de negócios para criadores que contempla 4Fs: Formato, Fidelidade, Fórmula de diversificação e Fundação.
Formato
Toda visão de estúdio nasce de um formato proprietário, os IPs. Isso significa que não, não basta só postar conteúdos incríveis em si: é preciso criar programas, quadros, franquias que possam ser repetidos, reconhecidos e monetizados. O formato é o “motor” que garante consistência e hábito na audiência.
Fidelidade
Aqui é que a gente diferencia audiência de comunidade. O que faz aquele número que está ao lado do seu nome ser chamado de "comunidade” é o quanto eles estão realmente conectados com você. Criadores que se tornam estúdios não falam com seguidores ocasionais, mas constroem uma relação de longo prazo baseada em confiança, identidade e pertencimento. É essa fidelidade que dá base para novas linhas de receita, inclusive.
Fórmula de diversificação
O Creator Studio não depende só de publis. PONTO.
Ele abre frentes: publicidade, produtos próprios, eventos, licenciamento, experiências e até aquisições estratégicas. A regra é clara: não colocar todos os ovos na mesma cesta.
Fundação
Por fim e o que sustenta tudo de maneira profissional o Creator Studio, é uma estrutura sólida: equipe, gestão, operações. Estamos falando de governança. Criadores que viram estúdios entendem que precisam separar talento de operação e delegar funções críticas e que impactam a sustentabilidade do negócio como: produção, negócios, financeiro. A fundação garante escala, permanência e relevância cultural.
Com esses quatro pilares, você estrutura produto, gere comunidade e receita e torna seu negócio sustentável e potencialmente escalável.
Quer aprender a modelar seu negócio com a gente?
Teremos uma turma presencial, exclusiva e limitada, onde vamos abrir a cozinha da Brunch para te ajudar a - definitivamente - transformar sue conteúdo em negócio.
Serão 5 encontros, em que a cada aula, bem mão na massa, vamos passar por cada etapa da metodologia para você sair daqui com seu Business Plan pronto! Bora?
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Conteúdo que vira negócio. De verdade.