TESTE: Você sabe usar IA no processo criativo?
Esse texto vem com um desejo de calma para quem cria e te lembrar que você não precisa ter medo da inteligência artificial, mas precisa entender como ela funciona e como ela pode te ajudar de fato.
Enquanto o hype se perde entre templates de carrossel e prompts que prometem "triplicar sua produtividade"- a gente não aguenta mais isso - talvez o foco deveria estar em compreender todo o espectro de aplicação das IAs para saber onde ela deve entrar e, principalmente, onde ela deve parar.
Um novo estudo da Stanford propõe uma escala para medir isso: o Human Agency Scale (HAS). A escala vai de H1 (IA faz tudo sozinha) até H5 (IA não funciona sem você). E ela pode ajudar a responder a pergunta que realmente importa: o que vale automatizar e o que vale aprimorar com ajuda da IA?
A pesquisa analisou mais de 2 mil tarefas de trabalho em computadores e ouviu 1.500 profissionais. E sabe o que ela descobriu?
Profissionais querem automatizar o que é chato e manter o que tem valor criativo humano.
Tarefas como agendar reuniões, organizar arquivos ou transcrever dados são as preferidas para a IA assumir sozinha (H1 e H2). Já quando o assunto é escrever uma ideia original, revisar um roteiro ou criar um conceito de campanha, o desejo é de parceria real com a máquina, não substituição (H3 a H5).
O estudo ainda mostrou que:
Em quase metade das tarefas analisadas, os profissionais querem que a IA assuma partes do processo para liberar tempo.
Quanto mais envolvimento humano a tarefa exige, mais ela está ligada a habilidades interpessoais como comunicação, empatia e julgamento.
As profissões criativas (como criadores!) foram as que mais resistiram à automação completa.
A IA é bem-vinda como assistente ou especialista, mas raramente como "artista titular".
Vamos testar seu entendimento?
Se você acha que usar IA é só pedir um carrossel com 10 slides e esperar likes, talvez esse teste seja pra você. Responda com sinceridade, blza?
1. Você precisa criar um roteiro para um vídeo. Qual seu primeiro passo?
A. Jogo um prompt no ChatGPT e uso o que vier.
B. Peço ideias para a IA e depois adapto com meu estilo.
C. Penso no recorte que quero abordar, depois uso IA para estruturar melhor ou revisar.
2. Quando a IA entrega algo muito diferente do que você imaginava, você…
A. Aceita do jeito que veio porque deve estar bom.
B. Ajusta umas palavras e publica.
C. Refaz o briefing, reorienta o prompt e adapta com sua linguagem.
3. No seu dia a dia, o que você gostaria que a IA assumisse por completo?
A. Tudo. Criar conteúdo cansa.
B. O que é repetitivo, tipo responder DM ou editar vídeo simples.
C. Tarefas operacionais e estruturais, como organização de arquivos, transcrição, planejamento.
4. A voz da sua marca pessoal é…
A. Ainda não parei pra pensar nisso.
B. Algo que eu sinto, mas não saberia explicar em palavras.
C. Clara, consistente e presente em tudo que eu publico.
5. Ao testar uma nova IA de vídeo ou imagem, seu primeiro uso foi:
A. Fazer um post completo com ela e publicar no mesmo dia.
B. Testar com conteúdos antigos e ver se podia usar.
C. Explorar possibilidades, mas sempre garantindo que o resultado estivesse alinhado ao meu estilo.
6. Sua maior preocupação ao usar IA no seu trabalho criativo é:
A. Que o conteúdo perca autenticidade..
B. Que fique genérico, então tento dar uma ajustada depois.
C. Que ela me ajude sem apagar o que é meu .
Vamos aos resultados?
Maioria A: Você ainda não sabe reconhecer o que é entrega inteligente e o que é apenas operação.
Você está deixando a IA pilotar o avião inteiro… mas esqueceu de checar se tem combustível. Sua criatividade não é um fardo: ela é o diferencial. Hora de parar, refletir e separar o que é tarefa e o que é assinatura. Aqui algumas atividade para te ajudar:
Faça um inventário das suas tarefas criativas: o que depende do seu olhar? O que é repetitivo?
Estude conceitos de branding pessoal e storytelling.
Explore IA como ferramenta, não como criadora substituta.
Maioria B: Você compreende superficialmente sua assinatura criativa.
Você já entendeu que nem tudo é prompt, mas ainda está descobrindo o que faz do seu conteúdo algo realmente seu. A boa notícia? Com um pouco mais de clareza, você vai conseguir usar a IA a seu favor, sem perder a autoria. Por isso:
Escreva seu “manifesto criativo”: o que você quer que sua comunidade sinta ao consumir seu conteúdo?
Teste usar IA apenas nas fases estruturais do processo (planejamento, revisão, resumo).
Analise 5 posts seus e anote o que tem sua cara. É isso que você precisa proteger.
Maioria C: Você tem clareza da sua assinatura criativa e sabe usar IA com intenção.
Parabéns: você não tem medo da tecnologia, mas também não se rende a modismos. Você sabe o que é seu — e o que pode delegar. E, mais do que isso, entende que inteligência criativa é saber onde colocar sua energia. Aqui vai algumas orientações:
Explore IA como coautora, testando novos formatos e vozes sob sua direção criativa.
Ajude outros criadores compartilhando seus aprendizados (mentoria, conteúdo, colabs).
Estude inteligência artificial generativa com profundidade — você está pronto para ir além do básico.
Mais do que sair correndo para aprender os prompts o momento, tenha consciência do que faz você usar, para quê e com que impacto. Isso cria um futuro saudável para o seu negócio e para todo o mercado.